O que é formação de preço no frete rodoviário?
Uma das maiores dificuldades das transportadoras, principalmente das empresas que estão nos seus primeiros anos de atuação, é o cálculo de formação de preço no frete rodoviário. Afinal, há alguns fatores abstratos na composição desse valor como, por exemplo, saber quanto cobrar pelo tempo que o veículo passa dedicado a apenas uma entrega.
O objetivo final, é claro, é sempre conseguir fazer a sua transportadora funcionar confortavelmente, enquanto oferece um serviço de qualidade para os seus clientes. Mas como equilibrar as contas? Quanto cobrar, de forma que seja justo para ambos os lados?
No artigo de hoje, você entende um pouco mais sobre como é feita a formação de preço no frete terrestre, as taxas incidentes e quais fatores podem influenciar esse número. Acompanhe!
O que é a formação de preço no frete?
A formação de preço no frete é um cálculo complexo, que leva em consideração algumas variáveis, para definir quanto deve ser cobrado do cliente pelo frete.
Essas variáveis (sobre as quais vamos explicar em seguida) vão desde impostos a medidas de segurança e quantidade de mercadoria transportada.
Como é feito o cálculo de formação de preço no frete rodoviário
São 3 as principais variáveis de formação de preço no frete. Abaixo, entendemos qual é o papel de cada uma na conta final a ser enviada para os seus clientes.
Frete peso
A cobrança para o cálculo do frete no transporte de carga é feita com base tanto no peso da mercadoria em quilogramas, quanto no seu peso cubado (calculado em metros cúbicos).
Para quem não entende como é criada o fator de cubagem ou para que ele serve, essa é uma relação entre o peso bruto da carga e o volume que ela ocupa dentro do caminhão, baseado nas suas dimensões. Ela tem a finalidade de garantir que a transportadora não saia no prejuízo, cobrando um frete barato porque o caminhão está lotado de objetos volumosos, porém leves.
Para a formação de preço no frete rodoviário, é feita uma equivalência entre 1 metro cúbico ocupado no caminhão para cada 300kg de peso ocupado do limite. O valor final do frete será cobrado de acordo com o valor que for maior entre os dois: se o peso do transporte ou o peso da cubagem.
Frete valor
Essa cobrança é parte da formação de preço no frete e incide sobre o valor material da carga. Por isso, para fazer o seu cálculo, a transportadora precisa ter em mãos a nota fiscal dos produtos a serem levados no frete.
Esse valor é um percentual cobrado sobre o preço da carga que pode, inclusive, ser mais alto no caso de cargas mais caras. Afinal, o seu transporte exige maior vigilância e medidas de segurança.
Os quilômetros rodados para a entrega
Entender como esse fator afeta na formação de preço no frete rodoviário é simples: quanto mais longe for a entrega, maiores são os gastos com abastecimento do tanque de combustível e, portanto, maiores os custos para realizar o frete. Afinal, o Diesel é, inclusive, o recurso mais caro no orçamento das transportadoras.
Porém, vale lembrar que distâncias mais longas também representam outros tipos de custos, como o desgaste das peças e dos pneus do veículo, os pedágios, além de mais tempo com o caminhão dedicado apenas a um serviço.
Para o cálculo dessa variável, basta a informação de onde será feita a entrega e a consequência no valor é clara: quanto mais distante o cliente, mais caro será o serviço realizado.
O que pode influenciar na formação de preço no frete rodoviário
Necessidade de integração com outros modais
Sim, nós estamos falando de transporte rodoviário. Mas, mesmo que a sua transportadora seja focada em transporte terrestre, há entregas que não podem ser feitas completamente através desse meio.
Há, por exemplo, cidades que só podem ser acessadas por vias aquáticas. Há também locais cujo trânsito pelas rodovias é inseguro e tende a levar a roubos de cargas, podendo exigir transportes aéreos para completar o serviço.
Se esse for o caso, a formação de preço no frete precisa considerar também os custos desse segundo meio de transporte.
Impostos e cobranças
Existem alguns componentes da formação de preço no frete rodoviário que podem ser incluídos nessa categoria. O primeiro e mais óbvio deles é o ICMS, imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços sobre o qual já falamos por aqui.
Outra cobrança que pode entrar nessa categoria são os pedágios. Quanto mais longe for o serviço realizado, a tendência é que esses custos sejam maiores, chegando a dezenas ou centenas de reais por viagem.
Existem também taxas que existem na formação de preço do frete que são relacionadas à segurança da carga. A Ad Valorem, por exemplo, é cobrada para garantir a sua proteção quando ela está parada no galpão, ao invés de em trânsito na estrada.
Já a GRIS é uma taxa que incide no caso de mercadorias de difícil transporte e que exigem cuidados próprios no frete, como é o caso dos perecíveis ou das cargas perigosas. Ela existe para custear gastos a mais com segurança e com medidas extras, necessárias deste tipo de encomenda.
A cobrança da GRIS é feita sobre o valor da carga e será destinada para garantir um transporte mais ágil e dedicado a essa carga, pagar pela necessidade de um veículo especial ou de embalagens especiais, por exemplo.
Dificuldade de acessar o cliente
A formação de preço no frete leva em consideração alguns outros fatores, como taxas extras cobradas quando o cliente apresenta dificuldades para a entrega do frete.
Entre essas taxas, está a TDE (taxa de dificuldade na entrega), que é cobrada no caso de restrições no trânsito que dificultem o serviço e forcem o caminhão a parar muito afastado ou no caso de destinos perigosos para a equipe e o veículo, por exemplo.
Há também a taxa de reentrega, que é cobrada quando o cliente não pode receber a entrega quando a equipe de frete chega. No caso de ter que haver uma segunda tentativa, o cliente é cobrado essa taxa extra, pelo combustível excedente gasto nesse trânsito e pelo tempo a mais que o caminhão permanece preso na mesma entrega.