Tara caminhão é um termo bastante comum no transporte rodoviários de carga. Conhecido popularmente apenas como T, a expressão se refere à capacidade de carga de caminhão. Da mesma forma, existem outras nomenclaturas, como Peso Bruto Caminhão ou PBT e Lotação Caminhão ou somente L, que são conceitos fundamentais para que haja maior segurança no transporte de mercadorias e passageiros, além de menor desgaste das rodovias.

Vale destacar ainda que, em todas as rodovias brasileiras, é obrigatório compartilhar esses dados. Todo veículo pesado que atua no setor logístico no país deve portar uma inscrição com esses três parâmetros. A obrigatoriedade é instituída pelo artigo 117 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e é regulamentada pela Resolução 290/2008 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Quer saber mais sobre o tema? Neste artigo, vamos:

– falar sobre a padronização;

– trazer detalhes sobre cada conceito (Tara, Peso Bruto e Lotação) e suas definições; 

– entender o que é Peso Bruto Total Combinado e Capacidade Máxima de Tração;

– apresentar outras classificações da Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Entenda sobre a padronização das informações e por que você precisa utilizá-las no chassis do caminhão

De acordo com a legislação vigente, os caminhões e ônibus devem carregar uma placa de identificação com as três medidas. E, para facilitar a visualização das informações e a fiscalização, a lei diz os dados precisam ser apresentados de maneira padronizada. E como é esse padrão na prática?

Para os veículos novos, os fabricantes e importadores são os responsáveis por fornecer as plaquetas com as devidas inscrições. Por outro lado, no caso dos automóveis mais antigos, a exigência pode ser providenciada pelo próprio proprietário, desde que esteja de acordo com os padrões determinados pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro). A identificação deve ser feita com tinta resistente ao tempo na cor amarela em contraste a um fundo preto. É necessário que contenha letras e números com, no mínimo, 30 milímetros de altura.

O que é Tara (T)?

Conhecido também como “Peso Morto”, a Tara nada mais é o peso do veículo sem sua carga. A gente consegue chegar nessa medida a partir da soma dos pesos do chassi, da carroceria, do motor e dos componentes mecânicos próprios do veículo.

Além disso, também participam do cálculo: a pesagem do combustível (ao menos, 90% da capacidade do tanque), do óleo lubrificante, da água do sistema de arrefecimento, das ferramentas obrigatórias, dos equipamentos adicionados ao veículo, dos itens de segurança e dos estepes.

O que é Lotação (L)?

A Lotação é uma medida que expressa a capacidade de carga útil. É o peso somado de tudo aquilo que o veículo pode carregar, incluindo a soma da sua carga máxima, o motorista e os passageiros (no caso dos ônibus). Vale destacar que, nos transportes de carga, a lotação é indicada por quilogramas. Já nos de passageiros, pelo número máximo de pessoas.

O que é Peso Bruto Total (PBT)

O Peso Bruto Total é a capacidade máxima que um veículo de transporte pode suportar, levando em consideração a soma da Tara (T) e da Lotação (L). O dado é importante para definir o quanto um caminhão pode aguentar, mas também para controlar o peso que está sendo transferido para o pavimento das rodovias.

Por conta disso, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) instituiu (Portaria nº 63/2009) os pesos brutos totais máximos por veículo conforme a quantidade e os tipos de eixos. Além desses valores de capacidade, existem ainda outros dois, um pouco mais específicos e não tão conhecidos: o Peso Bruto Total Combinado e a Capacidade Máxima de Tração. Quer saber o que são esses conceitos?

O que é Peso Bruto Total Combinado (PBTC) do caminhão?

Destinada às composições de veículos, o PBTC é uma medida calculada pela soma dos Pesos Brutos Totais do caminhão trator ou do caminhão trucado, dos semi reboques ou dos reboques que fizerem parte da composição. Ou seja, o PBTC é o mesmo que o PBT quando os cavalos mecânicos são combinados com o reboque. É a soma do caminhão formando o peso máximo que ele pode transmitir para as pistas de rodagem.

E o que é Capacidade Máxima de Tração (CMT)?

Já esse indicador aqui é calculado e informado exclusivamente pelos fabricantes. E diz respeito ao quanto a unidade de tração do veículo pode aguentar de peso, de modo que consiga deslocá-lo. O número leva em consideração os aspectos mecânicos e materiais, a resistência da transmissão, potência etc.

O dado precisa ser apresentado obrigatoriamente no Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), documento para que o automóvel possa ficar em circulação. Além disso, é importante destacar que o valor do PBT ou o PBTC não pode jamais ser superior que o CMT de um caminhão. Caso isso ocorra, poderá haver sérios riscos de danos à estrutura e às peças do veículo, além de gerar uma infração grave de trânsito e retenção do veículo, conforme o artigo 231 do CTB.

Aprenda tudo sobre as regulamentações do Denatran

Em território nacional, o Denatran, órgão máximo executivo do Sistema Nacional de Trânsito, é responsável por classificar os parâmetros técnicos da regulamentação do trânsito de automóveis. É ele que definiu os tipos de caminhões e quais as capacidades máximas que são permitidas legalmente por eixo.

Essa determinação é essencial para a manutenção da segurança nas estradas e vias nacionais, delimitando os pesos transportados. Quando se trata de peso, precisam ser levadas em consideração as características técnicas de cada veículo e as peças que fazem parte dele.

Outro fato essencial é a conservação das pistas. Por isso, o Denatran fez a resolução definindo as capacidades de peso transportado, tanto para a quantidade de eixos quanto para a composição inteira do veículo. Dessa forma, ocorre menor impacto sobre o chão com melhor distribuição de carga.

E aí, deu para entender, na prática, a definição e a importância desses conceitos? Esperamos que sim. E quer aprender mais sobre logística? Para tirar mais dúvidas e ficar cada vez mais por dentro do universo do transporte de carga, assine nossa newsletter. 

Até a próxima!